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5º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Pescaria

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

1a. Leitura (Is 6,1-2a.3-8) Isaías nos conta, nesta leitura, como se sentiu chamado por Deus para ser profeta, um mensageiro de Deus.

Salmo (138 [137],1-5.7c-8) O Salmo canta a confiança e segurança que podemos encontrar em Deus.

2a. Leitura (1Cor 15,1-11) Para responder a questões que preocupavam a comunidade, Paulo explica por que saiu pregando que um crucificado é o Salvador, o Messias, a esperança da humanidade.

Evangelho (Lc 5,1-11) Jesus começa a chamar os Apóstolos. Os primeiros são pescadores. O Evangelho nos diz como ele os chama.

HOMILIA

A Realidade

“Sentiu o chamado de Deus. Deixou tudo o que fazia e foi internar-se num convento para só servir a Deus”. Será esse o chamado de Deus para todos? Servir a Deus é só concentrar a vida na oração? E o restante da vida, das atividades e das necessidades humanas? Não posso estar contribuindo com o reinado de Deus nas minhas atividades de todo o dia?

A Palavra

Jesus começa a chamar os Apóstolos. Os primeiros são pescadores e é como pescadores que ele os chama. Primeiro, manda que Pedro leve o barco para as águas mais profundas.

As águas profundas, segundo imaginavam, comunicavam-se com a mansão dos mortos, debaixo da terra. Os monstros que pensavam habitar as grandes águas e o perigo dos ventos e das tempestades reforçavam a ideia de o mar ser o mundo da morte e do mal. Pescar significava, então, tirar do poder da morte.

Aos que estavam com Pedro Jesus manda: “Lançai vossas redes para a pesca!”. Todos devem pescar. Todos devem contribuir para tirar a humanidade do reinado da morte. Todos os que estão na barca de Pedro são chamados a lançar as redes.

Nas águas mais profundas, lá no olho das forças da morte, aí é preciso atirar as redes para pescar. O cardume enorme de peixes está aí bem à porta da morte. O pescador de gente também deve saber que e quais multidões estão às portas do reino da morte.

É como pescadores que Jesus os chama. Se fossem lavradores, ele os chamaria como lavradores, se pedreiros, cozinheiras ou donas de casa, como tais os chamaria. Cada qual é convocado onde está, onde vive, naquilo que faz. É aí, no seu trabalho, no ambiente em que vive, onde pode ter alguma influência, que todos são chamados a pescar, construir, plantar, fermentar, cuidar para que as multidões se livrem do poder da morte.

O Mistério

Celebrar a Eucaristia é celebrar aquele que se joga nos braços da morte para livrar todos do poder da morte. É celebrar a partilha de si mesmo (o pão partido é meu corpo entregue) que vence o egoísmo que traz a morte, é celebrar a humilhação máxima que derrota a arrogância opressora. Participar do pão partido lembra o jogar-se ao mar da morte como a rede que se atira.

Padre José Luiz Gonzaga do Prado (86 anos), mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma. Atuou em trabalhos de tradução nos Evangelhos de Marcos e de Mateus para as Bíblias Pastoral, da CNBB, Nova Bíblia Pastoral e revisão da Bíblia na Linguagem de hoje.