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3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

 Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (Ne 8,2-4ª.5-6.8-10) É a primeira vez na Bíblia que se fala de uma leitura pública da Lei de Deus. Observar o respeito e a atenção dos ouvintes e como o povo entendeu que tudo falava de sua vida.

Salmo (19 [18],8-10.15) Cantamos no Salmo a Palavra de Deus, Lei do Senhor, Temor do Senhor.

2a. Leitura (1Cor 12,12-30) Em Corinto falava-se muito nos dons carismáticos. É a oportunidade de Paulo falar sobre a união com respeito e valorização das diferenças na comunidade.

Evangelho (Lc 1,1-4.4,14-21) Vamos ouvir a Introdução onde Lucas conta como escreveu o seu Evangelho. Depois vem a leitura da Bíblia em Nazaré e a homilia de Jesus, que anuncia o seu programa.

HOMILIA

A Realidade

Certa vez alguém me questionou: “Por que se fala tanto em evangelizar os pobres, se são os ricos que parecem estar mais distantes da fé e do Evangelho?” Você, leitor, que resposta encontraria?

Qual o significado da palavra Evangelho? Não é “Boa Notícia”? Evangelizar os pobres é levar boa notícia para os pobres. Esses precisam de uma boa notícia.

A Palavra

O Evangelho inicia com a introdução ao livro. O autor do Evangelho conta como escreveu e para que escreveu. Ele não foi uma das testemunhas oculares de Jesus, talvez nem tenha conhecido alguma delas. Partiu dos escritos que registraram o que contavam os antigos seguidores de Jesus e, assim, ele organizou um livro completo, para fortalecer a fé do discípulo de hoje. Teófilo significa “amigo de Deus”.

A Bíblia é escrita não para informar fria e objetivamente ou para deixar documentos para museu ou para arqueólogos, é escrita para formar segundo a justiça (2Tm 3,16). Seu objetivo não é satisfazer a curiosidade dos historiadores, é reforçar a fé e a prática dos discípulos. É para hoje, não para o passado. Sentimos isso no relato da primeira leitura deste domingo.

No Evangelho, após a introdução, vem a homilia de Jesus na Sinagoga de Nazaré, primeiro ato da “vida pública”, ela está resumida em cinco palavras: ‘Hoje a Palavra se realiza’. A Bíblia não é um museu, não é um repertório de antiguidades. Ela fala de hoje e deve acontecer hoje.

O texto da Escritura que Jesus leu fala do ano da graça do Senhor, o ano do jubileu. Era, depois de 49 (7×7) anos, o ano de voltar à igualdade inicial, querida por Deus. Quem se tornou escravo recuperava a liberdade, as dívidas eram perdoadas e quem perdeu as terras as recuperava. Por isso, jubileu é evangelizar os pobres, trazer-lhes a boa notícia. A missão que Jesus inicia é anunciar o jubileu. Hoje. Ou hoje não é mais necessário?

O Mistério

Jesus mandou fazer-lhe a memória não para matar saudades, mas para atualizar, trazer para hoje o dar o sangue e partir-se em pedaços que faz o jubileu, que evangeliza os pobres e liberta os pecadores. Não é uma coisa, é um acontecimento. Não é uma magiquinha, é uma nova atitude, fazer o que ele fez, hoje.