Por Ir. Maria Josefina Suzin
“Entre todas as pessoas consagradas sem reservas a Deus, Ela é a primeira. Ela — a Virgem de Nazaré — é também a mais plenamente consagrada a Deus, consagrada da maneira mais perfeita. O seu amor esponsal atinge o ponto mais alto na maternidade divina pelo poder do Espírito Santo. Ela, que como Mãe, leva Cristo nos braços, ao mesmo tempo corresponde do modo mais perfeito ao seu chamamento: “segue-“. E segue-o — Ela, a Mãe — como seu Mestre em castidade, em pobreza e em obediência”. (São João Paulo II, Redemptionis Donum, 17).
Como consagrada, contemplo Maria e fico extasiada ao ver a sua ternura para com Jesus Menino, depois, adolescente, depois jovem e, por fim adulto. Maria, a escolhida, a preservada da mancha original, a toda bela não poderia ter outro modo de cuidar e de tratar Jesus, o Filho amado, o Tudo de sua vida, o Verbo eterno do Pai que estava a seus cuidados. Seu importante papel, no que se refere à Vida Consagrada, é inspirar toda pessoa consagrada, que tem Jesus como seu Esposo, a viver plenamente a própria consagração. Dela podemos aprender a ternura, a dedicação, o amor, o serviço, a doação total e sem reserva, a perfeita vivência dos votos. Maria foi pobre, mas sua vida foi laboriosa para que Jesus e José, na casa de Nazaré, tivessem tudo no momento certo e do melhor modo possível. Maria foi casta porque, escolhida por Deus para ser a Mãe do Verbo, ela foi Virgem antes do parto, Virgem no parto e Virgem depois do parto. Maria foi obediente, fazendo sempre e do melhor modo a vontade do Pai.
“Em todos os Institutos de vida consagrada, existe a convicção de que a presença de Maria tem uma importância fundamental, quer para a vida espiritual de cada uma das pessoas consagradas, quer para a consistência, unidade e progresso da inteira comunidade. Maria é, de fato, exemplo sublime de perfeita consagração, pela sua pertença plena e dedicação total a Deus. Escolhida pelo Senhor, que n’Ela quis cumprir o mistério da Encarnação, lembra aos consagrados o primado da iniciativa de Deus. Ao mesmo tempo, dando o seu consentimento à Palavra divina que n’Ela Se fez carne, Maria aparece como modelo de acolhimento da graça por parte da criatura humana”. (Vita Consecrata, 28)