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DÉCIMO SÉTIMO DOMINGO COMUM

Jesus-Cristo

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (Gn 18,20-21.23-32) Temos nesta Leitura mais um episódio das tradições de Abraão. Como se estivesse negociando com Deus, com toda a liberdade, ele vai pedindo descontos e mais descontos.

Salmo (138 [137], 1-8) No Salmo, a ação de graças do homem humilde. Deus o livrou das mãos do soberbo.

2a. Leitura (Cl 2,12-14) Batizar significa mergulhar. Onde o Batismo nos mergulha? Pecadores, temos uma dívida pesada para com Deus, uma promissória de alto valor a pagar. Como fazer? A leitura nos fala da dívida e do mergulho que é o Batismo.

3a. L. Evangelho (Lc 11,1-13) Lucas é o Evangelho da Oração. Jesus está rezando, ensina a como rezar e insiste no valor da oração.

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HOMILIA

A Realidade

Desde o início da humanidade, ao que parece, em todos os povos e nações, a oração ocupa um lugar importante. O ser humano frágil dirigir-se a um ser pessoal superior, especialmente em momentos de dificuldade ou de medo, parece fazer parte da condição humana em qualquer época.

Hoje, porém, os meios de comunicação (a TV especialmente) se sentem obrigados a ser agnósticos, a dizer ‘nem creio nem deixo de crer’, e a excluir, por profissão, a ideia de Deus e da oração.

Para alguns, oração é um desfilar de pedidos particulares e individualistas. Hoje, então, com a força do individualismo, quem reza, reza para conseguir solução para seus problemas de saúde, de dinheiro e de paz.

Mesmo assim, rezar é reconhecer a própria incapacidade.

A Palavra

Lucas é o Evangelho da oração. No trecho que lemos hoje, Jesus está orando num lugar qualquer, depois um discípulo pede que ele ensine a rezar. Jesus não ensina uma fórmula, mostra o que devemos pedir.

Primeiro, que venha o Reinado de Deus e seu nome seja santificado, o que é a mesma coisa. Na segunda parte, que a gente não trabalhe contra, errando, que a gente seja perdoada e não caia na tentação. No centro, o pão de cada dia.

O Evangelho segue insistindo na necessidade da oração. Usa até mesmo a comparação do fulano que bate à porta do outro até que, amolado, esse lhe arranje o que quer. Insistir tanto, a ponto de Deus perder a paciência com a gente, algo parecido com a oração de Abrão na Primeira Leitura.

Termina, porém, com outra comparação: Se vocês que são maus sabem dar coisas boas aos filhos, quanto mais Deus. Não dará de bom grado o Espírito (não saúde, dinheiro ou paz com os seus) a quem lhe pedir?

O Mistério

Na Missa, a oração do Pai Nosso é a dobradiça que articula a Comunhão com a Oração Eucarística, ligada, assim, à liturgia da Palavra.

Depois de ouvir a mensagem e de celebrar a sua realização na morte e ressurreição de Cristo, preparando sua vinda, passamos para a Comunhão.

A mesa comum celebra Deus pai de todos, o seu Reinado e a sua Vontade que se devem realizar aqui na terra como no céu. As desigualdades deste mundo serão vencidas, pois agora celebramos a igualdade perfeita e nos alimentamos do pão entregue para todos e partido entre todos.

 

Padre José Luiz Gonzaga do Prado (86 anos), mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma. Atuou em trabalhos de tradução nos Evangelhos de Marcos e de Mateus para as Bíblias Pastoral, da CNBB, Nova Bíblia Pastoral e revisão da Bíblia na Linguagem de hoje.