Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado
Os textos bíblicos deste domingo:
1a. Leitura (Is 58,7-10) Depois do exílio da Babilônia o povo tentava se reorganizar. Alguns insistiam nas devoções, no culto, nos jejuns e coisas semelhantes. Isaías fala, então, do verdadeiro jejum, aquele que agrada a Deus e faz da pessoa uma luz.
Salmo (112 [111],4-9) O Salmo canta o que tem temor de Deus, quem respeita o mais fraco. Esse é uma luz.
2a. Leitura (1Cor 2,1-5) Pequeno grupo de ricos, esclarecidos e da alta sociedade queria comandar a comunidade. Paulo os corrige, citando o próprio exemplo, além do de Jesus crucificado.
3a. L. Evangelho (Mt 5,13-16) Depois de ver a multidão sofredora, Jesus instrui os discípulos. Ninguém é discípulo de Jesus para salvar a própria pele. O discípulo existe para salvar o mundo, a humanidade toda.
HOMILIA
A Palavra
Depois do exílio da Babilônia o povo que retornara a Judá tentava se reorganizar. Alguns insistiam nas devoções, no culto, nos jejuns e coisas semelhantes. O texto do livro de Isaías escolhido para a Primeira leitura é dessa época e fala, então, do jejum que agrada a Deus e faz da pessoa uma luz para os outros.
No Salmo cantamos que é uma luz aquele que tem o temor de Deus, é fiel à sua lei, isto é, sabe respeitar o mais fraco.
No Evangelho, tendo visto a multidão sofredora, Jesus instrui os discípulos. Ninguém segue Jesus para salvar a própria pele. O discípulo existe para salvar a humanidade. É sal que conserva, é luz que mostra o caminho. Sal para a terra, luz para o mundo, não para si mesmo.
O sal conserva e a luz ilumina. As duas ações se completam: não deixar que a terra se corrompa, como o peixe ou a carne sem o sal, e iluminar, sem medo, os caminhos do mundo.
O sal que perde a força de impedir a corrupção e a luz apagada ou dentro de uma vasilha, de medo do vento, para nada servem. A luz, porém, deve iluminar não o discípulo, fazendo dele uma estrela, deve mostrar a vontade do Pai, para que o mundo a realize e todos o glorifiquem.
O Mistério
O espetáculo que celebramos na Eucaristia é o do grande fracasso da cruz. Seria apenas mais um inimigo do poder, agora pregado pelos punhos numa peça de madeira e pendurado numa estaca. A morte de mais um condenado pelo Império poderia passar despercebida como tantas outras, mas foi assumida livremente em favor da humanidade corrompida e perdida, e tornou-se sal e luz para o mundo, para a terra inteira.
Eis o cordeiro que tira o pecado do mundo. Só morte que os sinais separados do Corpo e do Sangue indicam será capaz de tirar do mundo a corrupção e as trevas.