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DÉCIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (Os 6,3-6) Ter conhecimento ou intimidade com o Senhor significa ter amor e respeito, especialmente para com os mais fracos. É isso o que Deus mais espera de nós, e não o culto, as promessas, as celebrações. Isso diz o profeta Oséias.

Salmo Responsorial (50[49],1.8.12-15) O Salmo faz eco à leitura que acabamos de ouvir. Que ele nos ajude a digerir essa idéia.

2a. Leitura (Rm 4,18-25) Para falar da igualdade entre cristãos judeus e não-judeus, Paulo cita o exemplo de Abraão. Tendo acreditado na fraqueza, é pai de todos os que têm fé na fraqueza da cruz.

Evangelho (Mt 9,9-13) Os Publicanos cobravam os impostos de alfândega ou de circulação de mercadorias. Cobravam o devido e o não devido e sempre acima da tabela. Eram odiados pelo povo. Jesus chama um deles para ser discípulo missionário.

 

A Realidade

O Presidente George W. Bush, para justificar a invasão do Iraque, falava em nações do círculo do mal. É fácil classificar pessoas ou, no caso, nações, colocar-lhes uma etiqueta e agir a partir desse preconceito. O preconceito é uma ladeira escorregadia na qual frequentemente caímos, quando dizemos “essa pessoa é ótima, aquela é péssima”.

Falta-nos a capacidade de ver o lado bom das pessoas. E é pelo seu lado bom que as pessoas podem colaborar e podem crescer.

A Palavra

Os cobradores do imposto chamado “público”, os “publicanos”, eram odiados, pois trabalhavam para o opressor romano, que lhes terceirizava a cobrança. Cobravam a propósito e fora de propósito e sempre acima da tabela. Enriqueciam-se. Ficavam nos seus postos, vigiando quem por ali passasse para poder cobrar.

Jesus chama um desses para ser seu discípulo e para ser incluído na lista dos Apóstolos. Pois ele abandona o seu posto, a fim de seguir Jesus. Tinha o seu lado bom, viu que valia a pena sacrificar tudo, até mesmo a oportunidade de enriquecimento.

Mas os preconceituosos fariseus estavam atentos para criticar. “Jesus estava à mesa em casa” não se diz em casa de quem. A casa pode ser a comunidade. Significa que a comunidade que nos deu este Evangelho aceitava publicanos e pecadores, discriminados pelos fariseus. Punha-se à mesa com eles, celebrava com eles a Ceia do Senhor. Para os fariseus era o escândalo, pois o maior dos pecados era não respeitar seus rituais alimentares.

Jesus não veio ao mundo para premiar os justos, veio para livrar os pecadores, para resgatar os que estavam presos ao “círculo do mal”. Quem não é pecador não precisa dele, como quem não está doente não precisa do médico.

O Mistério

Eucaristia é a festa dos pecadores. Jesus está à mesa em casa com os pecadores. Não importa se os fariseus se escandalizam. Jesus veio chamar os pecadores. Até que ele venha, celebramos sua morte pela “remissão dos pecados”, para libertar os que estavam presos ao “círculo do mal”.

Em certa fase da história da Missa já foi anunciado antes da comunhão: ”Quem for santo que se aproxime!”. Coerentes com o Evangelho, nós deveríamos dizer hoje: “Quem for pecador, quem precisar dele, que se aproxime!”.