DÉCIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Os textos bíblicos deste domingo:
1a. Leitura (Ex 19,2-6a.) O grupo que acampou perto do monte Sinai era formado de escravos que tinham fugido do Egito. Eram pobres, sem terra, sem trabalho e estavam partindo para o desconhecido. Será que para Deus eles têm algum valor?
Salmo (100[99],2-3.5) No Salmo cantamos a grandeza de sermos o Povo de Deus.
2a. Leitura (Rm 5,6-11) A igualdade entre cristãos judeus e gentios se baseia, segundo Paulo, no fato de Jesus ter dado a vida em favor de todos e ter ressuscitado como esperança para todos.
Evangelho (Mt 9,33-10,8) Jesus vê a multidão sofredora desorientada, perdida, como ovelhas sem pastor. Por isso escolhe e orienta missionários que vão ao seu encontro.
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HOMILIA
A Realidade
O padre Rodolfo Luckenbein deixou o conforto e a segurança de sua vida na Alemanha, para, como missionário, vir morar na aldeia Meruri dos índios Bororos no Mato Grosso. Os índios, de tanto sofrer, estavam totalmente desiludidos, a ponto de não querer mais ter filhos. Padre Rodolfo levantou a autoestima deles, que passaram a ter esperança e a ter filhos.
No dia 17 de julho de 1976 a aldeia foi atacada por fazendeiros que queriam tomar as terras dos índios. O índio Simão pulou na frente, tentando salvar a vida do padre. Foram mortos os dois, o índio que deu a vida pelo missionário, e o missionário que deu a vida pelos índios.
A Palavra
A situação do povo na Palestina na época de Jesus era de extrema miséria. Roma explorava até o limite. Tudo o que de melhor se produzia era levado para lá. Tibério, imperador no tempo de Jesus, já dizia: “Devemos tosquiar as províncias, não barbear”.
Os chefes religiosos, que poderiam ajudar, também exploravam fortemente através dos sacrifícios no Templo, dos dízimos e taxas religiosas. O povo vivia faminto, doente, desesperado, desorientado, muitos ficavam loucos e eram chamados de possuídos pelo demônio.
No Evangelho de hoje Jesus alivia os sofrimentos desse povo, anunciando a chegada do Reinado de Deus. A multidão de sofredores é grande demais, estão todos perdidos, sem governo, como ovelhas sem pastor. São pobres e miseráveis, mas não são o lixo da humanidade, são um povo santo e reino de sacerdotes, como lembra a primeira Leitura.
Não sabem que rumo tomar, por isso, ele vai enviar os discípulos. Escolhe doze lembrando as doze tribos de Israel. A missão dos doze Apóstolos é a mesma de Jesus, curar, livrar o do sofrimento e anunciar a chegada do Reino do Pai.
O Mistério
Na Eucaristia celebramos a chegada do Reinado de Deus, Pai não de alguns, mas de todos, e a realização da sua vontade aqui na terra como no céu. Mas para que o Reinado do Pai aconteça é preciso que haja missionários, é preciso que alguém dê a vida para que todos tenham vida.
Celebramos Jesus o primeiro missionário, o primeiro que deu a vida para a vida do mundo. Para que o pão não seja propriedade de uns poucos, mas seja partilhado é preciso que alguém se identifique com esse pão e se deixe partir em pedaços. Só assim, o reinado da vida vence o império da morte.
