Por Padre Francisco Galvão, ssp
Pessoas muito moralistas são duras demais consigo mesmas e incompreensíveis com os outros. Fazem grandes sacrifícios para cumprir os preceitos que julgam fundamentais, mas esquecem, continuamente, a lei que dá sentido à existência, isto é, a lei do amor.
Os fariseus – de ontem e de hoje – têm certa dificuldade de fazer a importante passagem do julgamento para a compaixão. Não foi isso que Jesus ensinou? Costumam proteger tanto suas metas pessoais que já não sobra espaço para a ação do Espírito.
Encerradas em seu próprio egoísmo, pregam uma perfeição utópica. Agarraram-se demasiadamente ao dogmatismo e esqueceram-se de que “o Espírito sopra onde quer”.
Felizmente, toda prática espiritual que ignora a fraqueza e condição humanas está fadada ao vazio e à esterilidade. Onde impera a autossuficiência, não sobra espaço para a compaixão e a hospitalidade. Onde há “excesso de ritualismo”, faz falta uma vida espiritual autêntica.
Como é triste viver uma religiosidade sem leveza interior!