Por Natália Lima
Às vezes, relacionamo-nos com uma esperança. Esperança do outro ser do jeito que idealizamos e queremos que ele seja. Por incrível que pareça, amar é mais razão que sentimento. As nossas emoções nos enganam. Um dia amamos, outro dia sentimos raiva, ciúmes, alegria, tristeza.
Não controlamos os sentimentos, mas podemos controlar o que fazemos com o que sentimos. Comumente projetamos nos nossos relacionamentos o que falta em nós, ou queremos uma segurança no outro, ou que o outro realize nossos sonhos e vamos ficando na sombra e no conforto. Um idealizado e outro que idealiza. Difícil dois iguais se amarem em suas liberdades, potenciais e autenticidade.
O conceito de amor está muito confundido com paixão atualmente. Geralmente não aprendemos a nos relacionarmos, nem na nossa família, nem na escola. Vamos mesclando nossos traumas, conceitos errados e bloqueios com as nossas relações, gerando muitas vezes prisões afetivas e relacionamentos abusivos. O amor sempre vai ser condizente com a razão, quando analisamos o outro com a razão e temos paz, pois percebemos que pode dar certo. A paixão é aquela dependência, que, mesmo racionalmente analisando, sabendo que pode não dar certo, não vivemos sem determinada pessoa. Amor sempre vai ser LIVRE. Sempre virá acompanhado da liberdade do ir e vir a hora que se preferir, nunca uma prisão.
Amar o outro no seu real, não é uma tarefa fácil. Contos de fadas são mais fáceis, mas pena que não existem. Amar é uma luta diária, o contrário disso é ideal.
Natália Lima – Psicóloga Clínica, especialista em Logoterapia, empresária, sócia proprietária da Viva Multiclínica
