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AMORIS LAETITIA: A FAMÍLIA À LUZ DA PALAVRA (III)

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Na história da criação, a primeira família ocupa um lugar especial. Deus criou todas as coisas, céus e terra, os animais e a vegetação, mas sua obra prima foi o homem e a mulher. Nas figuras de Adão e Eva estão o protótipo de toda humanidade.

E como tudo começou? Deus criou o homem e disse: “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Então, fez a mulher. Ao ver sua parceira, Adão exclama: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!” (Gn 2,23). E a conclusão do texto do Gênesis, após a criação do homem e da mulher, manifesta a vocação de cada casal: “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24).

A carne unida do primeiro casal é reflexo da relação de amor entre Deus Pai, Filho e Espírito Santo, que geram vida e vivem em perfeita união. Nos lembra a Amoris Laetitia:

O casal que ama e gera a vida é a verdadeira imagem, capaz de manifestar Deus criador e salvador. Por isso, o amor fecundo chega a ser o símbolo das realidades íntimas de Deus. (…) De fato, a capacidade que o casal humano tem de gerar é o caminho por onde se desenrola a história da salvação. Sob esta luz, a relação fecunda do casal torna-se uma imagem para descobrir e descrever o mistério de Deus, fundamental na visão cristã da Trindade que, em Deus, contempla o Pai, o Filho e o Espírito de amor. O Deus Trindade é comunhão de amor; e a família, o seu reflexo vivente (AL 11).

A Família, à luz da Palavra, é o lugar do amor oblativo, isto é, lugar da doação, partilha, da entrega de si mesmo, a ponto de gerar vida.

Infelizmente, afetada pelo individualismo, a família se vê atacada em sua raiz mais profunda: deixa de ser lugar da doação de si mesmo e passa a ser objeto de negócio, de lucro, com a qual a satisfação pessoal de cada um vale mais do que o amor dos dois. Com isso, ela deixa de ser reflexo do Deus-amor e passa a ser o reflexo do deus-prazer e do deus-dinheiro.

A família de Nazaré, Jesus, Maria e José, é o novo reflexo da Trindade. Pobres, simples, mas completamente doados à vontade de Deus.

Jesus, Deus encarnado, faz de sua família a simples Maria e o humilde José, porque quer ensinar que, à luz da Palavra, família significa amor, doação, entrega, partilha e comunhão.  

Redação Katholika