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AMORIS LAETITIA: DESAFIOS DO CASAMENTO (II)

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A família é dom de Deus. Essa certeza, no entanto, não a protege das mudanças culturais e sociais, que podem ajudá-la a crescer ou a prejudicá-la.

Alguns mudanças e problemas da cultura de hoje, que acabaram afetando as famílias, são elencadas e trabalhadas na exortação pós-sinodal Amoris Laetitia. Vamos elencar algumas delas:

1°) O individualismo: a noção de que a família é uma comunidade, na qual há uma unidade, acaba por ser afetada pela ideia distorcida de individualidade, fazendo com que cada membro da família viva no seu “mundinho”, sem uma convivência sadia com os demais.

“As tensões causadas por uma cultura individualista exagerada do ter e do gozar geram, no seio das famílias, relações de impaciência e agressividade” (AM 33).

2°) Fuga do compromisso: com a ideia de liberdade aflorada, muitos casais procuram viver sua relação de uma forma nova, sem compromissos assumidos. São dois indivíduos que, numa visão errada de liberdade, decidem coabitar. O risco deste tipo de relação é a falta do compromisso e da doação de si mesmo.

“A liberdade de escolher permite projetar a própria vida e cultivar o melhor de si mesmo, mas, se não se tiver objetivos nobres e disciplina pessoal, degenera numa incapacidade de se dar generosamente. De fato, em muitos países onde diminui o número de matrimônios, cresce o número de pessoas que decidem viver sozinhas ou que convivem sem coabitar” (AM 33).

3°) O casamento como um lugar de passagem: há, como pode-se observar em muitos casos, a noção de que a relação matrimonial é um experimento, uma tentativa apenas e não uma vocação. Assim, dá-se a impressão de que o casamento é apenas uma busca de satisfação pessoal, que se frustrada, pode ser descartada, passando para outro relacionamento.

“O ideal matrimonial como um compromisso de exclusividade e estabilidade acaba por ser destruído pelas conveniências pessoais ou pelos caprichos de alguma parte. Teme-se a solidão, deseja-se um espaço de proteção e fidelidade, mas, ao mesmo tempo, cresce o medo de ficar encurralado numa relação que possa adiar a satisfação das aspirações pessoais” (AM 34).   

Estes três desafios são extremamente atuais. Para lidar com essas dificuldades é preciso reaprender os valores que favorecem a dignidade humana e as relações interpessoais.

Infelizmente, não é uma tarefa fácil, contudo, trata-se de uma exigência para que haja relações mais sadias.  Como afirma o Papa Francisco, “ninguém pode achar que o enfraquecimento das famílias (…) é algo que beneficia a sociedade” (AM 52).

Redação Katholika