Começo confessando que achei péssimo esse título, mas nada tão necessário para o momento.
Desde que me descobri um vivente desse mundo (quando ainda era criança), pude entender que há vantagens em ser alguém livre das correntes da responsabilidade.
A criança comum, com vida normal, podendo ser criança como qualquer outra, é aquela que carrega o poder da felicidade descomplicada, do riso fácil, do amor aflorado.
Repare que a criança ama a vida e odeia as proibições. Você nunca verá uma criança perguntando para outra que acabou de encontrar no parquinho onde ela mora, onde estuda, ou quem são seus pais e seu sobrenome, ela apenas brinca, apenas vive o agora, desconsiderando o social ”emburrecido” que adquirimos na maturidade.
Então, por que estamos entristecendo os nossos dias e perdendo a leveza? Acredito que o motivo seja óbvio e pouco convincente para defender uma tese, mas bem aplicado para esse artigo despretensioso de outubro. Sabe o que eu acho? Somos todos reféns dos rótulos sociais! Sim, os rótulos limitam, afastam, proíbem, complicam… a criança só é feliz se for livre, podendo apenas ser, viver sua essência, sem preocupações.
Por isso criança não mente (até os pais ensinarem), e quando mentem é buscando desamarrar as correntes do castigo ou dos pequenos compromissos. Elas dizem o que pensam, falam o que sentem, pedem o que querem na hora que querem. Choram, dão gargalhadas, envergonham seus pais rotulados e prisioneiros de suas vidas de aparência.
Enquanto formos adultos infantilizados e não resolvidos com o nosso ego, jamais
tocaremos a liberdade que a leveza trará. Em resumo, o que é leveza? Eu diria que é a “verdade”. Não poderemos nos livrar dos compromissos e das responsabilidades da vida adulta, mas nada será pesado se for sincero e verdadeiro.
Se a tarefa mais desagradável for assumida com verdade e coração aberto, esquecendo o preconceito ou a vaidade, trará leveza e paz. Erramos quando colocamos cabresto no tempo e condições no respirar. Não dá para viver bem assim! A criança fala com sinceridade que a tia não está bonita e se mantém em paz, enquanto nós perdemos a nossa buscando agradar quem não merece a nossa mentira.
O maior poeta da história já disse: “Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3).
Avalie seu coração, é preciso ser de verdade nesse mundo cada vez mais de mentira. Não é sobre “parecer”, é tudo sobre “ser”, então SEJA!
Thiago Brado
Thiago Brado é cantor, compositor, escritor, casado e pai.