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DÉCIMO TERCEIRO DOMINGO COMUM

Mc-521-43

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (1Rs19, 16b.19-21) Elias chama Eliseu para ocupar seu lugar como profeta. Os gestos de um e do outro significam que Elias passa-lhe a missão e que Eliseu responde prontamente ao chamado de Deus.

Salmo (16 [15] 1-2a.5. 7-11) Cantamos a resposta ao chamado de Deus, que é de confiança total nele.

2a. Leitura (Gl 5,1.13-18) O antigo fariseu, Paulo, descobriu que esperar tudo da observância da Lei era uma terrível escravidão. Agora, a fé, o compromisso com o Messias Jesus, faz a gente ser livre. Que significa a liberdade que a fé nos dá?

3a. L. Evangelho (Lc 9,51-62): Jesus sobe para Jerusalém, vai subir suspenso na cruz, vai subir para a glória. Nós vamos acompanhá-lo. Será fácil seguir Jesus por esse caminho?

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HOMILIA

A Realidade

Hoje parece que nem os jovens têm mais um ideal, um sonho coletivo, vontade de mudar o mundo, de transformar a realidade. Onde estão as multidões que aplaudiam e acompanhavam Geraldo Vandré cantando a “fome em grandes plantações”, “soldados armados amados ou não, perdidos de armas na mão” e que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”?

Ninguém mais se importa? Ninguém mais está interessado em que um mundo diferente aconteça. Hoje o sonho coletivo, de mudança para todos, foi substituído pelo sonho individual, pela minha realização particular. O projeto de vida para todos, pelo qual vale sacrificar tudo, deu o lugar a projetos de consumo. Hoje o que se quer é dinheiro para gastar e bastante.

A Palavra

O caminho de Jesus chega, no Evangelho de hoje, à subida para Jerusalém, para a Cruz, para a Glória. Sem preguiça, sem medo, sem comodismo, sem pensar em si, Jesus decididamente toma o caminho da subida que leva a Jerusalém.

Alguns discípulos querem passar por cima de tudo e de todos. Não é bem assim, é preciso respeitar, já que respeito é a nossa mensagem.

Na primeira Leitura Elias chamou Eliseu e ele prontamente atendeu. No Evangelho Jesus chama e alguns o procuram para segui-lo. Não é uma festa, nem é uma ilusão, é um compromisso sério que exige rompimento até mesmo com os laços e afetos familiares. Quem não tiver coragem, que volte atrás! Seu caminho passa pela cruz e outro caminho não há. Quem quiser segui-lo, é por aí!

O Mistério

O que celebramos não é uma sessão de mágica nem um rico espetáculo, é o arremate da subida de Jesus. Lemos que ele tomou a firme decisão, o texto grego diz que ele “endureceu o seu rosto” a fim de subir para Jerusalém.

O que celebramos na Eucaristia é o momento em que ele confirma essa sua decisão. Tudo estava armado para que ele fosse preso e crucificado. Ele não foge, não recua, entrega-se. Para esse momento ele veio. “Eu me deixo partir em pedaços, eu dou o meu sangue!”. Isso é o que celebramos.

A subida não termina na morte, segue na ressurreição, na glória. A humanidade nova já chegou, a utopia está ao nosso alcance. Celebramos em meio às fraquezas do tempo o sonho que só pode estar na eternidade. Ensaiamos a festa e a alegria, fazendo comunhão.

Padre José Luiz Gonzaga do Prado (86 anos), mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma. Atuou em trabalhos de tradução nos Evangelhos de Marcos e de Mateus para as Bíblias Pastoral, da CNBB, Nova Bíblia Pastoral e revisão da Bíblia na Linguagem de hoje.