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FAÇA AS PAZES COM SEU PASSADO

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Por Edson Durante

Você já reparou o quanto é desagradável quando carregamos pesos desnecessários?

Certamente já viveu situações em que carregava nos braços uma sacola com muitos objetos. No início pode até não ser muito desconfortável, mas em pouco tempo, torna-se um peso grande que passa a incomodar de tal maneira, que desejamos dar um pouco de descanso aos braços, deixando de lado o peso desnecessário.

Tal situação não acontece apenas com objetos ou sacolas.

Também em nossa vida corremos o risco de juntarmos pesos desnecessários que, pouco a pouco, passam a nos incomodar. Tudo aquilo que vivemos, seja algo bom ou ruim, seja uma conquista ou uma perda, deixa sua marca em nós.

Às vezes passamos dias, meses ou anos revivendo estas marcas, principalmente as negativas. A cada vez que nos recordamos é um novo sentimento, uma nova lembrança e a dor revivida e, até mesmo, aumentada.

Pode ser uma tristeza acompanhada de mágoas, de ressentimentos e de culpas. Uma revolta ou uma decepção com uma pessoa, com Deus ou com o mundo. Pode ser um questionamento sobre atitudes tomadas ou o desejo de que tudo fosse diferente. 

Enquanto revivemos todas essas marcas, estamos carregando em nossa vida os pesos desnecessários. Passamos a viver em uma prisão. Fazemos do nosso passado as grades que aprisionam nossa possibilidade de uma vida plena e realizada.

Por isso é necessário fazer as pazes com o passado a fim de não viver pela metade. Mas como isso é possível?

Primeiramente, deixando de lado as culpas que carregamos pelas situações vividas. Culpas paralisam nossos passos. Fazem a vida parecer mais pesada.

O que passou já não está mais no controle, não pode ser mudado, mas pode servir como aprendizado. Por isso, procuremos transformar as culpas em responsabilidade, em lições de vida e possibilidades de recomeço.

Também, é necessário fazer a experiência do perdão. Perdoe a si mesmo e a todos os que necessitarem dele. Perdoar não significa esquecer o que aconteceu, mas olhar para a situação sem dor, sem que ela domine nossa vida e nossas ações.

Desse modo podemos seguir em frente e não fazer do passado uma prisão. Devemos guardar as lembranças daquilo que vivemos, seja bom ou ruim, mas deixando com que ocupem o lugar que lhes pertence: o passado. Ao mesmo tempo, dar passos seguros e decididos, em busca de construir novas possiblidades de vida, novas lembranças e novos projetos. A vida é movimento! E a caminhada se torna bem mais fácil quando deixamos pesos desnecessários.

Edson Durante de Oliveira (CRP: 04/47229) é psicólogo clínico. Pós graduando em Psicologia Clínica Fenomenológico-existencial.