O que uma jovem falecida aos 24 anos de tuberculose, em 1887, tem a ensinar ao mundo e a Igreja? Teresa nasceu na França e logo, em sua juventude, quis entrar para o Carmelo. Sua família era religiosa, ela e três irmãs se consagraram totalmente a Deus como religiosas e seus pais Luís Martin e Zélia Guerín também foram canonizados e são santos da Igreja.
Doutora da Igreja e padroeira das missões, Santa Teresinha, que nunca saiu da clausura depois que se consagrou, tornou-se uma grande santa porque escolheu a vida do amor para ser “sal da terra e luz do mundo”. Nas mínimas coisas, “a pequena via”, como ela chamava a escolha de fazer tudo por amor, fez de uma simples menina, uma grande mulher de fé e exemplo.
Como ela mesmo escreve em sua biografia:
Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo a ver se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da Primeira Carta aos Coríntios. No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os olhos não podem ser mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não capaz de satisfazer meu desejo e dar-me a paz. Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase sublime: Aspirai aos melhores carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1Cor 12,31). O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem a caridade, e esta caridade é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus. Achara enfim o repouso.
Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno.
Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará.
Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós.
Redação Katholika.