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OS APÓSTOLOS E O DISCIPULADO

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“Quando se fez dia, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos.” (Lc 6,13)

O termo “apóstolo” (apóstolos), tão falado em nossos dias nas variadas denominações cristãs, e por vezes com seu significado distorcido, é usado nos Evangelhos para destacar o grupo dos doze discípulos de Jesus; estes foram enviados pelo Divino Mestre para pregar e anunciar a Boa Nova, dando mostras da realização do Reino, sendo continuadores de sua presença, realizando conseguintemente maravilhas incontáveis conforme à vontade do Mesmo Senhor.

No contexto do antigo testamento, aparece como indicação da vocação dos profetas e seus auxiliares, tendo por significado: “mensageiros de Deus”; assim, os ajudantes não se colocavam à serviço do profeta por disposição própria e sim por designação do mestre.

Já nos Evangelhos, além da palavra apóstolos, aparecem ainda outros dois significados: Apostelló (enviar), usado nos quatro Evangelhos, e pempó de mesmo significado aparecendo no Evangelho segundo João. Os dois termos, contudo, sofrem variações de significado, sendo pempo indicador de um simples envio, ao passo que apostello atesta envio de pessoas com eleição e autorização divina. Portanto os apóstolos são aqueles que receberam uma missão (envio) em nome de outra pessoa, após um amoroso e decisivo encontro.

Jesus é o “Apóstolo do Pai” que nos torna apóstolos seus: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” (Jo 20,21), e nos envia em seu nome para levar ao mundo a Boa Notícia (Notícia alegre, Evangelho), fazendo com que todos se tornem seus discípulos até os confins da terra, guardando-nos com sua assistência e presença (Mt 28,20).

Cabe aos apóstolos, aos enviados de Jesus, esvaziar-se como Ele esvaziou-se (Fl 2, 9). O discípulo não deve almejar em seu discipulado nada que esteja para além da vontade de seu Mestre: “Basta ao discípulo (apóstolo), ser como seu mestre” (Mt 10,25).

Nas palavras do papa emérito Bento XVI: “o chamado e envio dos apóstolos é um acontecimento de oração; eles são por assim dizer gerados na intimidade com o Pai”. Eles são a inundação de amor do Pai pelo seu Filho, de seu Filho para conosco e de nossa disposição em nos colocar amorosamente à serviço da humanidade.

Padre Anderson Pereira Bispo

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Padre Anderson Pereira Bispo é do clero da Arquidiocese de São Paulo. Atua como vigário paroquial na Paróquia Santa Ângela e São Serapião, na cidade de São Paulo.