Por Redação Katholika
Você já ouviu falar da Carta a Diogneto? Trata-se de um documento antigo, escrito por volta do ano 120 d.C. por um cristão anônimo explicando quem eram os cristãos.
Por muito tempo, este documento ficou desconhecido, perdido. No entanto, foi reencontrado no século XV em Constantinopla (atual Istambul).
Do autor não se sabe absolutamente nada, mas de Diogneto, sim. Era um pagão culto que estava interessado em saber mais sobre a nova religião que estava crescendo.
Nesta matéria, você poderá ler uma parte deste escrito tão importante sobre quem eram e continuam sendo os cristãos:
Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes.
Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e a especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano.
Pelo contrário, vivendo em casa gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal.
Vivem na sua pátria, mas como estrangeiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é estrangeira.
Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos; Põe a mesa em comum, mas não o leito; estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem as leis estabelecidas, as com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e enriquecem a muitos; carecem de tudo e tem abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida.
(…)
Em poucas palavras, assim como a alma está no corpo, assim estão os cristãos no mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo, e os cristãos estão em todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo.