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PAPA: “não é suficiente pôr um filho no mundo para dizer que também somos pais ou mães”

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Por Redação Katholika

Na audiência geral com o Papa Francisco nesta quarta (05/01), a primeira do ano, o pontífice falou sobre São José, o pai adotivo de Jesus.

Ao falar deste tema, o papa destacou a prática da adoção, muito mais comum na época de Jesus do que atualmente, recorda:

“A fim de compreender a paternidade putativa ou legal de José, é necessário ter em mente que em tempos antigos no Oriente a instituição da adoção era muito comum, mais do que é hoje. Pensemos no caso comum em Israel do “levirato”, formulado da seguinte maneira no Deuteronômio:

‘Se os irmãos residirem juntos, e um deles morrer sem deixar filhos, a viúva não poderá casar com um estranho; o seu cunhado é que se juntará a ela e a tomará como mulher, observando o costume do levirato. E o primeiro filho que ela tiver usará o nome do irmão morto, a fim de que esse nome não se extinga em Israel’ (25, 5-6).

Por outras palavras, o pai desta criança é o cunhado, mas o pai legal continua a ser o falecido, que dá ao recém-nascido todos os direitos hereditários. O objetivo desta lei era duplo: assegurar a descendência do falecido e a preservação do patrimônio”.

Lembrando da paternidade adotiva de São José, Francisco foi insistente em dizer que ninguém nasce pai ou mãe, mas se torna um. Nem tampouco alguém é pai ou mãe simplesmente por gerar um filho, mas por ter responsabilidade sobre ele. Em suas palavras:

“’Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exerce a paternidade a seu respeito’” (Carta ap. Patris corde). Penso, em particular, em todos aqueles que se abrem a acolher a vida através da adoção, que é uma atitude tão generosa e positiva. José mostra-nos que este tipo de vínculo não é secundário, não é uma alternativa. Este tipo de escolha está entre as formas mais elevadas de amor e de paternidade e maternidade. Quantas crianças no mundo estão à espera de alguém que cuide delas! E quantos cônjuges desejam ser pais e mães, mas não o conseguem por razões biológicas; ou, embora já tenham filhos, querem partilhar o afeto familiar com quantos não o têm. Não devemos ter medo de escolher o caminho da adoção, de assumir o “risco” do acolhimento”.