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QUARTO DOMINGO DA PÁSCOA

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Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (At 13,14.43-52) Lemos aqui um episódio das viagens do Apóstolo Paulo. Responde a uma pergunta: Por que Paulo levou a mensagem do Evangelho aos gentios, os não-judeus?

Salmo (100 [99],2-3. 5) Cantamos a alegria da fé que recebemos.

2a. Leitura (Ap 7,9.14b-17) Para os cristãos pobres e perseguidos o Apocalipse fala de uma multidão vitoriosa, todos vestidos de branco (seria hoje com faixa de campeão) e com palmas (hoje, taças) nas mãos. São os irmãos, pobres e perseguidos.

3a. L. Evangelho (Jo 10,27-30) Vamos prestar atenção na fala de Jesus como verdadeiro pastor.

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HOMILIA

A Realidade

O mundo vem acompanhando com vivo interesse as palavras e principalmente as atitudes do Papa Francisco. Ele propõe o ideal de uma Igreja pobre e a serviço dos pobres, seguindo as pegadas de seu fundador, que não tinha uma pedra onde encostar a cabeça e morreu da forma mais humilhante. Ouvi, porém, que alguém teria dito: “Esse homem não serve para Papa!”. Dizia isso, exatamente por ele recusar as roupas vistosas e as comodi-dades exclusivas, mais próprias do Imperador Romano do que de Pedro.

A Palavra

Na primeira Leitura de hoje vamos ouvir um episódio das viagens do Apóstolo Paulo. No sábado anterior Paulo e companheiros tinham ido à sinagoga e se sentado no meio do povo. Quando os chefes lhes deram a palavra, então anunciaram Jesus. No sá-bado seguinte – é a leitura de hoje – o interesse que a Mensagem provoca causa inveja aos judeus, que lhes promovem perseguição.

Para cristãos pobres e perseguidos, o Apocalipse fala de uma multidão vitoriosa, todos vestidos de branco (seria hoje com faixa de campeão) e com palmas (hoje, taças) nas mãos. São os irmãos pobres, fiéis e assassinados pelo Império.

No Evangelho Jesus continua a metáfora do pastor. “As ovelhas que são minhas, escutam a minha voz!” Isso nos dá a entender que as que não escutam a voz do pastor que é Jesus, não são ovelhas dele. A fala vai diretamente aos “judeus” de então, o grupo de fariseus que pretendia dominar o judaísmo. Eles não admitiam a fé em Jesus.

A justificativa maior era: como aceitar como Messias um crucificado? Segundo Deuteronômio 21,22-23 ele é um amaldiçoado por Deus. Como aceitar um salvador amal-diçoado?

Como ter como herói e modelo alguém condenado como lixo da sociedade? Como ouvir a voz daquele que chama para a humilhação da cruz e não para o esplendor do sucesso? Humildade, pobreza, desprezo pela glória deste mundo não entram em muitas cabeças.

O Mistério

A celebração repetida da entrega que Jesus faz de si mesmo à morte de cruz e o fazer isso em sua memória, ajuda a que a salvação pela cruz entre nas mais duras cabeças, leva a ouvir a voz do Pastor. O pecado do mundo é a cobiça de poder e brilho. Os sinais

separados do corpo e do sangue tornam atual a morte do cordeiro que tira esse pecado do mundo.

 

Padre José Luiz Gonzaga do Prado (86 anos), mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma. Atuou em trabalhos de tradução nos Evangelhos de Marcos e de Mateus para as Bíblias Pastoral, da CNBB, Nova Bíblia Pastoral e revisão da Bíblia na Linguagem de hoje.