Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado
Os textos bíblicos deste domingo:
1a. Leitura (At 2,14a.36-41) A leitura nos apresenta o final de uma das primeiras pregações sobre Jesus. A pergunta dos ouvintes é “Agora, que devemos fazer?”. Pedro responde.
Salmo (23 [22],1-6) Cantamos a Deus, o pastor que nos dá segurança e nos alimenta..
2a. Leitura (1Pd 2, 20b-25) Falando a cristãos que sofriam como migrantes excluídos, a carta os anima a resistir a exemplo de Jesus, que salvou a humanidade como o Servo Sofredor.
3a. L. Evangelho (Jo 10,1-10) Jesus se apresenta como a porta que protege as ovelhas dos ladrões e, ao mesmo tempo, lhes dá liberdade e alimentação. Há quem se apresente como pastor, mas vem para matar, roubar, destruir. Ele vem para que todos tenham vida plena.
HOMILIA
A Realidade
Hoje se fala em “marketing religioso”, ou seja, a religião como negócio, ou o uso da fé religiosa para ganhar dinheiro. O que pode acontecer nesses casos é de o dinheiro tornar-se a coisa mais importante. E a sede de lucro não tem dó nem piedade, leva à exploração, ao uso de outro em benefício da minha vantagem. Assim valores fundamentais da nossa fé como amor e salvação simplesmente desaparecem.
A Palavra
A Primeira Leitura de hoje nos apresenta o final da pregação de Pedro no dia de Pentecostes. A pergunta dos ouvintes é “Agora, que devemos fazer?”. Essa é a pergunta mais importante. Pedro responde que cada um precisa mudar de mentalidade, mergulhar em Jesus (batizar é mergulhar) e sair desse ambiente perverso, que só pensa em lucro.
Falando a cristãos que sofriam como migrantes excluídos, a carta de Pedro os anima a resistir a exemplo de Jesus, que salvou a humanidade como o Servo Sofredor, não como um bom negociante.
No Evangelho, Jesus se apresenta como a porta que protege as ovelhas dos ladrões e, ao mesmo tempo, lhes dá liberdade (deixa entrar e sair) e alimentação (passando por essa porta todas encontram pastagem).
Que sentido tem Jesus ser a porta? Jesus vem, não para tirar proveito ou vantagem, mas para que todos tenham vida e vida com fartura. Para isso ele se sacrifica totalmente. Exatamente o oposto dos que sacrificam os outros para o seu proveito.
Para esses, as ovelhas são apenas número e, quanto mais numerosas, melhor. O pastor conhece pelo nome as que são suas e elas sabem reconhecer a sua voz. Quem pensa que o povo é bobo está muito enganado. Mais depressa do que se pensa ele deixará de seguir “os que só vêm para roubar, sacrificar, destruir”.
O Mistério
Para que todos tenham vida e vida com fartura, Jesus não sacrifica ninguém, ele se sacrifica em favor de todos. É o caminho da vida, da salvação. Não é fácil de engolir, por isso é preciso celebrar sempre o gesto de Jesus que se entrega à cruz em favor da vida plena para todos.
Depois que os fariseus (Jo 6) perguntam como é que ele dá a comer sua carne, Jesus passa a falar não mais em comer, alimentar-se, mas em tragar, engolir. Assim, “quem engole a minha carne (a doação cotidiana) e bebe o meu sangue (a morte)…”