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QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Quarto domingo

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (Sf  2,3; 3,12-13) A época era de grande sofrimento para o povo, o governo do país, inteiramente submisso à potência estrangeira. A elite só pensava em grandezas. Nessa situação, o profeta negro Sofonias sabe colocar a esperança no pobre e no humilde.

Salmo (146 [145],7-10) No Salmo cantamos o nosso Deus, o amigo e defensor dos pobres.

2a. Leitura (1Cor 1,26-31) Em Corinto um pequeno grupo de poderosos, esclarecidos e de bom nome pretende dominar a comunidade. É uma minoria. Aqui o Apóstolo Paulo lembra que a grande maioria é pobre, sem estudos e sem nome. Esses, os escolhidos de Deus.

3a. L. Evangelho (Mt 5,1-12) Depois de ver a multidão sofredora que o procurava, Jesus, da montanha como Moisés, dá a instrução aos discípulos. Aqui começa a nova lei, que eles deverão implantar no mundo, para responder às esperanças de todos os sofredores.

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HOMILIA

A Realidade

Há uma idéia muito difundida de que devemos rezar para que Deus nos proteja, que Deus ajuda sempre quem mais o procura ou quem reza mais.

Ultimamente surgiram Igrejas que divulgam uma teologia da prosperidade, oferecem não só curas e solução para problemas psicológicos e afetivos, mas também prosperidade econômica. Quem paga fielmente o seu dízimo fica rico.

Diante disso, ser pobre, ser mal visto e até perseguido pelos que mandam na sociedade deve ser uma maldição de Deus e sinal de falta de fé.

A Palavra

Tendo visto as multidões, Jesus subiu à montanha e sentou-se. As multidões eram os pobres, doentes, desesperados que vinham à sua procura. Ele, então, senta-se para dar instruções, na montanha como Moisés no Sinai. Instrui os discípulos para que socorram as multidões.

Começa com as oito bem-aventuranças. A primeira e a última são semelhantes: Aos pobres e aos perseguidos pertence, já no presente, o reinado de Deus. O reinado de Deus é coisa deles. O pobre por opção, por espírito, e o perseguido, o que, por causa da justiça que Deus quer, é desalojado desse mundo, esses estão em casa no reinado de Deus, já o estão criando.

Chegando o reinado de Deus, três categorias de sofredores vão, no futuro, superar seus problemas. Quem chora vai rir, quem tem fome e sede vai se saciar, os mansos, melhor, os carentes, os “zé-ninguém”, serão donos, serão senhores. E os três que colaboram, os misericordiosos, os puros e os que fazem a paz terão suas recompensas.

Mas o reinado de Deus mesmo pertence aos pobres por escolha e aos perseguidos por causa da busca da justiça, como (1ª. Leitura) Sofonias colocava a esperança de tempos melhores num resto pobre e humilde do povo.

O Mistério

A Missa não é um show, um espetáculo, um sucesso. É fazer memória daquele em quem pomos esperança, o pobre e perseguido Jesus. 

Ele disse: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue…”. A carne de Jesus é sua pobreza escolhida, não tinha uma pedra onde encostar a cabeça. É o Jesus humano, cansado, suado, com fome e com sede, os nervos à flor da pele, mas ainda pronto a atender e servir. O sangue é a morte vergonhosa de cruz.

Quem ingere e digere essa carne e esse sangue fica com ele, faz com ele a comunhão, o reinado de Deus.