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QUINTO DOMINGO DA QUARESMA

Capa Quinto Domingo da Quaresma

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (Ez 37,12-24) O povo tinha se dividido em dois reinos, o de Judá e o de Israel ou Efraim. Agora todos eram escravos, fora de sua terra. Pareciam mortos e enterrados. Mas a esperança nunca morre, Deus vai dar-lhes nova vida.

Salmo (130 [129],1-8) O Salmo canta a história de sofrimentos e vitórias do povo.

2a. Leitura (Rm 8,8-11) Paulo falou da lei, aproximando-a da carne, que é o orgulho e egoísmo humanos. Agora, o espírito de Jesus Cristo é a nova lei, que nos livra da lei do pecado e da morte e que fica conosco.

3a. L. Evangelho (Jo 11,1-45) O Evangelho de hoje é cheio de simbolismos e de mal entendidos. O que Jesus diz ou faz é entendido superficialmente, mas tem sempre um sentido mais profundo. Que significado terá o morto sair, de mãos e pés atados e com um pano cobrindo-lhe o rosto? Que é o que Jesus manda fazer? Ouçamos.

HOMILIA

A Realidade

Há cinqüenta anos, a pretexto de combater o comunismo, foi imposta ao Brasil a ditadura militar. O regime eliminou todos aqueles que pensavam de maneira diferente, a fim de impor seu pensamento único.

Hoje temos a democracia representativa. A cada quatro anos elegemos livremente nossos representantes que, por esse período, agem em nosso nome. Será que somos realmente livres? Será que por outros meios,como a televisão, não nos impõe também um pensamento único, que nos deixa sem ação e esperando tudo dos governantes?

A Palavra

O povo tinha se dividido em dois reinos, o de Judá e o de Israel ou Efraim. Agora, todos escravizados, fora de sua terra. Pareciam mortos e enterrados. Mas a esperança nunca morre, diz a 1ª Leitura de hoje, Deus vai dar-lhes nova vida.

O Salmo celebra a história de sofrimentos e esperanças do povo.

Na 2ª Leitura Paulo nos diz que o espírito de Jesus Cristo é a nova lei, que nos livra da lei do pecado e da morte e que fica conosco. O regime da Lei era sinônimo de imposição e de morte, o Espírito de Jesus dentro de nós é que nos faz livres e verdadeiramente vivos.

O Evangelho de hoje é cheio de simbolismos e de mal entendidos. Por exemplo, Jesus chora pela perda do amigo, que ia ressuscitar, ou pela falta de fé das pessoas?  Quando Jesus fala em ressurreição, Marta, “irmã do defunto”, diz que crê na ressurreição do fim dos tempos, como os fariseus já ensinavam, Jesus, porém, diz que é agora, que ele é a ressurreição e a vida.

Para uma pessoa estar viva, não basta respirar e andar, é preciso que seja livre e verdadeiramente capaz de enxergar por si, não pelos olhos dos outros, sentir, ouvir, falar, ter cara, ter identidade e “ir atrás”, agir. Quando Jesus chama Lázaro, “o defunto sai de mãos e pés atados e com um pano cobrindo-lhe o rosto”. Como? Não! Que significa? O que Jesus manda aqueles que estavam com ele fazerem? “Desamarrem-no e deixem-no andar!”. Assim, nós, os discípulos, devemos ressuscitar os mortos!

O Mistério

A palavra de Tomé, o gêmeo, cabe bem aqui: “Vamos nós também para morrermos com ele!”. Jesus que morre dá-se em pedaços para que nós ressuscitemos. Celebramos a morte e ressurreição do Senhor, morrendo com ele em favor da vida e vida plena.