Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado
Os textos bíblicos deste domingo:
1a. Leitura (At 6,1-7) Vemos nesta leitura um acontecimento da vida da primeira comunidade cristã. Ela já tinha problemas, mas tinha também como resolver desencontros e mal-entendidos.
Salmo (33 [32],1-5.18-19) Cantamos a Deus, amigo da justiça, e nele confiamos.
2a. Leitura (1Pd 2,4-9) A carta anima os cristãos pobres e sem vez nem voz naqueles lugares. Diz que, batizados, somos o que há de mais forte, santo e querido de Deus, reis e sacerdotes ao mesmo tempo.
3a. L. Evangelho (Jo 14,1-12) Ouvimos as palavras de despedida que o Evangelho de João coloca nos lábios de Jesus. Se nós hoje não o vemos, podemos crer na sua palavra.
HOMILIA
A Realidade
Uma das contradições do mundo de hoje é ver, por um lado, a tentativa de esquecer Deus, a fé religiosa considerada coisa de gente atrasada e ignorante; por outro lado, a crescente busca de Deus e do religioso, canais de televisão e programas religiosos multiplicando-se e com grande audiência.
Surgem devoções novas envolvendo santos, títulos de Maria e até mesmo de Deus Pai, todas, sem dúvida, com finalidade comercial, aproveitando a onda da busca de uma realidade superior que possa resolver meus problemas. Mas, Deus, onde estás?
A Palavra
Ouvimos no Evangelho de hoje as palavras de despedida de Jesus. Quem crê em Deus, crê em Jesus, quem crê em Jesus, crê em Deus. Junto de Deus há lugar para todos e é Jesus quem nos prepara esse lugar.
Na morte-ressurreição ele vai para junto de Deus Pai, mas as perguntas dos discípulos de então, são oportunidade para esclarecimento dos discípulos de hoje. Jesus crucificado, Jesus que entrega a sua vida em favor de todos é o único caminho para Deus. É nele que encontramos Deus.
Conhecer Deus, conhecer Jesus não significa ter um saber teórico. Conhecer na Bíblia é ter experiência, familiaridade, afinidade, intimidade. Só tendo intimidade, só afinados com Jesus, encontramos o Pai. Outro caminho, outra verdade, outra vida não há.
É preciso estar bastante tempo com Jesus e conhecê-lo, ter intimidade, afinidade e familiaridade com ele, para nele ver e encontrar Deus. “Quem me vê, vê o Pai”.
O Mistério
A Missa semanal é o momento de reencontrar Jesus, renovar nossa intimidade com ele para, através dele, chegarmos ao Pai. Quando fazemos o que ele nos mandou: fazer o mesmo que ele fez naquela Ceia, temos que não apenas repetir seus gestos, temos que imitar sua atitude, estar prontos a dar a vida pelos irmãos. É aí que cresce nossa afinidade com ele, é por este caminho que chegamos até o Pai, a quem a glória pelos séculos.