Os textos deste domingo:
1a. Leitura (Eclo 3,3-7.14-17a) A família patriarcal, a tribo ou clã, onde os filhos casados viviam junto dos velhos pais, é diferente da família nuclear (pai-mãe-filho) de hoje. Mesmo assim, os conselhos dados para aquele tempo ainda servem para o nosso tempo.
Salmo (128 [127],1-5) Louvamos a pessoa que teme o Senhor, que tem consciência. Viverá feliz com a sua família.
2a. Leitura (Cl 3,12-21) A Carta aos Colossenses dá conselhos dirigidos a cada membro da família para o bom relacionamento de uns com os outros. Devem servir para hoje.
3a. L. Evangelho (Lc 2,22-40) Segundo São Lucas, quarenta dias depois de nascido, Jesus está em Nazaré. A família é pobre e observa fielmente a Lei de Deus. Dois idosos, um homem e uma mulher falam sobre Jesus.
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HOMILIA
A Realidade ou a Palavra de Deus na vida
A família hoje e no passado, mesmo recente, tem algumas diferenças, não? Antes da expansão da televisão, do telefone celular e do consumo de drogas, o ambiente familiar era outra coisa.
E se pensarmos na época dos avós, das bisavós ou bem antes ainda, quando meios de comunicação à distância não havia, não havia transporte motorizado, a produção era apenas agrícola e artesanal, não havia indústrias nem forte comércio? A grande maioria da população morava na zona rural, cada família no seu pedaço de terra, quase totalmente isolada.
A Palavra de Deus na Escritura
A família patriarcal, a tribo ou clã, onde os filhos casados viviam junto dos velhos pais, é diferente da família nuclear (pai, mãe e filho) de hoje. Mesmo assim, os conselhos da Primeira e da Segunda Leitura, dados para um tempo já passado, ainda podem servir para hoje. Carinho e atenção para com aqueles de quem tanto dependemos um dia, nunca são demais.
No Evangelho, quarenta dias depois do nascimento de Jesus, a Família vai a Jerusalém cumprir as normas da Lei: resgatar o filho e purificar a mãe. O primeiro filho, como as primeiras crias, pertence a Deus. As primeiras crias eram sacrificadas, o filho é resgatado, oferecendo-se o sacrifício de um animal em seu lugar.
A família é pobre, só pode oferecer um casal de pombos para resgatar o filho. Não que o filho valesse pouco, mas não podiam dar outra coisa. A pobreza, aliás, faz parte de sua missão.
Quem imaginaria que a criança daquele casal tão humilde iria ter alguma influência no mundo? Dois idosos, um homem e uma mulher, entram em cena. Anunciam que aquele menino é a salvação que Deus manda para o seu povo. Simeão ainda diz que ele será um sinal de contradição.
Voltam para Nazaré, e a vida da família segue humildemente o seu caminho.
O Mistério
A Eucaristia começou numa refeição familiar. A ceia da Páscoa se fazia por família, um grupo suficiente apenas para comer a carne de um cordeiro de um ano. A memória da libertação do Egito era feita com a participação do filho mais novo e do pai.
Jesus é o cordeiro sacrificado. Sua morte nos liberta da cobiça. A partilha do pão e do vinho pretende fazer da humanidade uma só família, em torno da mesma mesa.
POR PADRE JOSÉ LUIZ GONZAGA DO PRADO