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SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA

37-2-Domingo-de-Páscoa

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos deste domingo:

1a. Leitura (At 5,12-16) Terceiro retrato da comunidade modelo. Aqui o destaque é a atuação no mundo. A sombra de Pedro basta para curar a todos. A nossa sombra hoje está curando a humanidade?

Salmo (118 [117],2-4.22-27a.) Cantamos o Salmo pensando em Jesus, vencedor da morte.

2a. Leitura (Ap 1,9-11a.12-13.17-19) Na visão inaugural do Apocalipse, Jesus, o morto ressuscitado, já é apresentado como centro da história.

3a. L. Evangelho (Jo 20,19-31) Nos dois primeiros domingos após a Ressurreição, os discípulos estão reunidos e Jesus está visível no meio deles. Jesus lhes passa a sua missão, livrar a humanidade do pecado. Felizes os que, hoje, sem ver, crêem em Jesus.

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HOMILIA

A Realidade

Quando chegaram à lua os astronautas americanos fincaram no seu solo uma bandeira dos Estados Unidos. Quando chegaram ao Brasil, os portugueses ficaram uma cruz. Era o sinal do domínio português, a fé caminhava ao lado do império e lhe dava forças. Assim é que o Brasil cresceu à sombra da cruz. À sombra da cruz, firmou-se uma sociedade de classes que massacrou os índios, os frágeis donos dessas terras, e criou riquezas com o trabalho escravo.

A Palavra

A Primeira leitura de hoje pinta o terceiro retrato da comunidade modelo. O destaque é para a atuação da comunidade cristã no mundo. Isso os Atos apresentam como curas realizadas pelos Apóstolos. A sombra de Pedro basta para curar todos, vindos de toda a parte.

A pergunta que nos fazemos é esta: a nossa sombra hoje está curando as doenças da humanidade? Ou não estamos nem um pouco preocupados se a humanidade está se destruindo e destruindo o mundo? A Igreja perdeu a noção de sua missão em favor da humanidade inteira?

A Segunda Leitura nos apresenta, na visão inaugural do Apocalipse, Jesus, o morto ressuscitado, como centro da história.

O Evangelho nos fala dos dois primeiros domingos após a Ressurreição. É o que está acontecendo a cada domingo, os discípulos estão reunidos e Jesus está no meio de nós. Jesus nos passa a sua missão, livrar a humanidade do pecado, raiz de toda a desgraça. Felizes os que, hoje, sem vê-lo, crêem em Jesus e atuam movidos por ele.

“Como o Pai me enviou, assim eu vos envio” diz Jesus no Evangelho de hoje. Somos enviados para ir aonde? Ao mundo, à humanidade toda. A missão não é para conquistar mais gente para o nosso lado, aumentar o número dos que ajudam a manter a instituição Igreja, é para salvá-los, livrá-los do pecado que destrói, da competição e da ganância que cada dia mais trazem a morte para o ser humano e para o planeta.

O Mistério

Reunimo-nos no domingo com a presença de Jesus. Não o vemos e apalpamos como Tomé, mas cremos que “Ele está no meio de nós”. No pão partido e repartido e no vinho-sangue separado do pão-corpo, tocamos as chagas de sua paixão.

            “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” diz o Presidente ao apresentar-nos a hóstia e o cálice. Esse sangue-morte tira o pecado do mundo, cumpre sua missão. “Como o Pai me enviou…”. A missa nos desperta para a nossa missão.

 

Padre José Luiz Gonzaga do Prado (86 anos), mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma. Atuou em trabalhos de tradução nos Evangelhos de Marcos e de Mateus para as Bíblias Pastoral, da CNBB, Nova Bíblia Pastoral e revisão da Bíblia na Linguagem de hoje.