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SÉTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Sétimo Domingo

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado

Os textos bíblicos deste domingo:

1a. Leitura (Lv 19,1-2.17-18) O livro do Levítico comenta os mandamentos. Como, então, o povo estava se reorganizando como nação, parece pensar apenas nos compatriotas, nos companheiros, deixando de fora os estranhos, os inimigos.

Salmo (103 [102],1-4.8.10.12-13) No Salmo cantamos a bondade, compreensão e misericórdia de Deus.

2a. Leitura (1Cor 3,16-23) Em Corinto, um pequeno grupo se considerava poderoso, sábio e importante. Com essas ideias, dividiam a comunidade em grupinhos que diziam seguir este ou aquele missionário. Vamos ver como Paulo põe fim a esse assunto.

ou (1Pd 1,14-16.22-23) Com a autoridade de Pedro, esta carta orienta as novas comunidades cristãs. Batizados há pouco, agora devem lembrar sempre que mudaram de vida.

3a. L. Evangelho ( Mt 5,38-48) Pensando na multidão sofredora, Jesus dá suas orientações aos discípulos, a nova lei. Como será que essa nova lei vai vencer a violência do nosso mundo?

HOMILIA

A Realidade

Vi um cartaz assim: “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares, de bom ou de mau”. Bem bolado, não? 

A gente precisa saber se defender. É preciso conhecer as pessoas, ver as que merecem mesmo a nossa amizade. Não está certo?  Se o outro vem armado até aos dentes, você vai lhe oferecer flores?

A Palavra

Na primeira Leitura lemos um trecho do Levítico que comenta os mandamentos. Fala especificamente do amor ao próximo ou companheiro. Ainda no Primeiro Testamento, parece pensar apenas no compatriota.

Tendo visto a multidão sofredora que o seguia, Jesus dá suas orientações aos discípulos, a sua lei, o Sermão da Montanha. No trecho lido hoje ele diz como a sua lei vence a violência do nosso mundo.

A lei do talião, “tal a ofensa, tal a pena” dominava o pensamento antigo, a ponto de o ofendido, ferido ou prejudicado, não poder ficar em paz enquanto o ofensor não sofresse o mesmo. Isso aparece até nos Salmos. O 137 (136) termina desejando para os babilônios que alguém pegue seus bebês e lhes arrebentem a cabeça na pedra, como eles fizeram com as crianças de Judá. “Olho por olho, dente por dente!”.

A lei de Jesus é outra. Não se vence a violência com violência maior, mas com a capacidade de tolerar a violência e responder com o amor. Ghandi, um não cristão, entendeu. Disse: “Se responde com outra violência, você dá razão a eles. Se você resiste, sem praticar violência, chega o momento em que eles se envergonham do que fazem”.

Só assim a violência é vencida. Mas você vai precisar de muita força, uma violência contra si mesmo, para não entrar no jogo da violência.

O Mistério

Celebramos Aquele que foi coerente até à morte e morte de cruz. Ele anunciava o reinado de Deus, que não era a paz do reinado dos Césares, o Império romano, imposta pela força e pela submissão dos mais fracos. Ele sabia que sua mensagem incomodava as autoridades romanas e judaicas, que queriam crucificá-lo. Por isso, não ficava à noite em Jerusalém, ia dormir fora da cidade, no Monte das Oliveiras.

Naquela noite entrou clandestinamente em Jerusalém para celebrar a Páscoa com os discípulos. Queria dizer que sua morte violenta iria libertar, como a do cordeiro. Queria dizer que dava o sangue e se partia em pedaços para vencer a violência que só oprime e divide.