Por Bruna Míriam
Este tema sempre chamou a atenção desde os tempos remotos. O que pode ter mudado foi a forma de ser enxergado, sua presença na sociedade e a atenção sobre os fatores que podem ter contribuído para que pessoas chegassem ao suicídio.
Quantas vezes ouvimos de nossos familiares e amigos a seguinte fala: “Fulano” se matou! E interpretações como: “se matou por falta de vergonha na cara”; “se matou por fala de Deus”; “Se matou por ‘depressão’”.
Mas será que sabíamos realmente o que estava acontecendo com a pessoa? Essas interpretações tinham fundamento? Pois é, às vezes, não é o que parece que pensamos. Diante disso, cabe a reflexão deste tema a partir do psicólogo Martin-Boró, assassinado em novembro de 1989, devido ao envolvimento com lutas da população Salvadorenha pelo fim da ditadura.
Na época, escreveu sobre a relação entre saúde mental e a guerra:
Haverá mentes sãs, livres e criativas em nosso país a medida em que gozemos de um corpo livre, dinâmico e justo. Por isso, o objetivo não se limita a atender os destroços e transtornos ocasionados pela guerra; o objetivo se pauta em construir um homem novo em uma nova sociedade (MARTÍN BARÓ, 2000).
Claro que esta interpretação foi feita através de sua vivência no passado, mas após 30 anos, será que muita coisa mudou? Os comportamentos das pessoas e os “tipos” de “guerra” que vivenciamos são muito diferentes? Qual nossa responsabilidade como ser humano na sociedade atual?
Muitos fatores têm levado, principalmente, jovens ao suicídio. E aí, o que está havendo? Eu gostaria de fechar a questão, mas não tem como, pois são muitos fatores contribuintes. Nossa responsabilidade sobre isso pode ser mínima, mas nossa ação pode auxiliar alguém com pensamento suicida ou com transtorno mental a ter uma qualidade de vida melhor.