A Realidade ou a Palavra de Deus na vida
Não nos cansamos de ver pessoas escrupulosas, preocupadas com a possibilidade de errar, a cabeça cheia de normas e preceitos detalhados que, por um pequeno descuido, poderão levar ao inferno. Vivem sem dúvida o seu inferno.
Terrível também é quando gente que se faz de guia espiritual, até mesmo através da televisão, incute na cabeça das pessoas esse medo de pecar e perder o ideal da perfeição pessoal. Quem os segue será melhor do que os outros que não seguem.
A Palavra de Deus na Escritura
Discutia-se muito entre os mestres judeus do tempo de Jesus sobre qual seria o mandamento mais importante entre os 613 (10 da Lei escrita e 603 da Lei oral). Alguns achavam que não se devia discutir isso, porque admitir um mais importante desvalorizaria os outros, quando todos são importantes. Outros diziam que o mais importante era a observância do sábado. Muitos, porém, diziam que era o “amar a Deus”.
Jesus surpreende, colocando o “amar o próximo como a si mesmo” ao lado do “amar a Deus” e dizendo que dos dois depende toda a Bíblia. Isso ninguém havia pensado, um mandamento que fosse o cerne de toda a Lei, pensavam apenas numa ordem de importância.
A Lei e os Profetas – era assim que dividiam a Bíblia – tudo o que Deus ensina e quer resume-se apenas no colocar Deus acima de tudo e pensar no outro, colocar-se a serviço dos irmãos. Jesus não multiplica os mandamentos, faz tudo depender de um só, simplifica, não complica.
A primeira leitura nos traz exemplos da mais antiga legislação da Bíblia. Notar como tudo se resume ao que Jesus diz no Evangelho. Deus, não deve haver outro, e o ser humano, por mais inferior que seja a sua situação, não dever ser explorado por forma alguma.
O Mistério
A Eucaristia é a celebração suprema do mandamento de Jesus. Foi na última Ceia, segundo o Evangelho de João, que ele insistiu mais no amor ao próximo. Aí ele estava dando o seu exemplo.
Todas as orações da Missa se dirigem ao Pai, por meio de Jesus, a comunidade unida pelo Espírito Santo. Ao Pai se dá toda a glória, Jesus abre o caminho do amor e o Espírito nos une num só corpo, como se pede logo após a consagração.
A entrega de si mesmo à mais vergonhosa das mortes torna possível a mesa comum, sem desigualdade, mundo novo baseado no amor.