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TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

Os textos bíblicos desta festa:

1a. Leitura (Dn 7,9-10.13-14) O livro de Daniel tem o objetivo de dar forças a um povo sofredor, já desanimado de tanto pelejar. Vemos, na leitura de hoje, a glória de Jesus que sai vitorioso da morte mais humilhante.

Salmo (97 [96], 1-2.5-6.9) Com as palavras do Salmo comemoramos a glória de Jesus, vencedor da morte.

2a. Leitura (2Pd 1,16-19) O que nós vamos ouvir foi escrito numa época de crise religiosa muito séria. Falava-se muita coisa, havia muita fantasia, mas a vida era esquecida. A experiência de Pedro de ver a glória de Cristo vem dar força e segurança.

3a. L. Evangelho (Mt 17,1-9) O episódio que vamos ouvir no Evangelho está pouco antes da subida para Jerusalém, para a cruz e para Deus. Jesus vai falar de sua humilhação e morte. Será este o caminho que Deus quer? A Bíblia confirma? Os discípulos vão entender?

 

HOMILIA

A Palavra de Deus na vida

A oração pedia a Deus que ajudasse a entender cada vez melhor o que significa ser discípulo de um marginal, de alguém condenado como criminoso irrecuperável, perigoso lixo da sociedade etc. Um bispo, ao ver o texto, disse que não concordava, outro, quando o grupo rezava a oração, cruzava os braços e fechava a boca ostensivamente, como se estivesse com medo de pronunciar alguma frase daquela oração.

A Palavra de Deus na Escritura

O episódio da transfiguração é situado no início da caminhada de Jesus para Jerusalém, para o confronto que o levaria à cruz.

Logo após a confissão de fé de Pedro e, em Mateus, a nomeação dele para a função mais importante na sua Igreja, Jesus começa a esclarecer a necessidade de subirem para Jerusalém, onde ele encontraria a condenação e a morte de cruz. Pedro o puxa de lado para dizer que Deus não vai permitir uma coisa dessas. Jesus o chama simplesmente de satanás e pedra no caminho. Logo após vem a transfiguração.

Mais adiante, Jesus está falando mais uma vez na condenação e morte de cruz, quando, em Marcos, Tiago e João o interrompem para fazer um pedido. Em Mateus, evangelho deste ano, é a mãe dos dois que pede os dois primeiros lugares no Reino para os seus filhos. Jesus dá atenção aos dois e os outros dez ficam enciumados.

Não querem ouvir falar da cruz, querem o poder. Não aceitam a condenação pelas autoridades, a humilhação de morrer como um amaldiçoado por Deus (Dt 21,22-23). Por isso, Jesus leva os três, Pedro e esses dois, à montanha do encontro com Deus, mostra a glória da ressurreição e a coerência com as Escrituras (Moisés e Elias). A voz do céu diz aos três: “Ele é o querido Servo (filho) Sofredor. Escutem o que ele diz!”

O Mistério

Fazer isso em memória de Jesus é celebrar a sua paixão. A regularidade da celebração eucarística (damos graças por celebrar a morte!) é para nos fazer ouvir sempre a voz de Deus, tem como objetivo fazer-nos reconhecer que somos discípulos de um condenado, por mais repugnante nos pareça essa ideia.